quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Pés sobre a cabeça

               Um friozinho na barriga me atormenta, uma preocupação. Sempre me julguei madura o bastante para saber discernir o certo do errado, na verdade o melhor do pior. Pensava ser alguém decidida e com metas bem objetivas, mas de repente me vejo em uma esquina que liga várias ruas, todas com saídas que me levam a rumos diferentes.
“E se?” “Mas e se?”, são tantos os questionamentos que viram minha mente de cabeça para o ar. Até ontem tinha convicção do queria cursar, sem mal pensar respondia e agora me vejo indecisa, como a maioria dos jovens.
Não vou me formar esse ano, mas a aflição já me atinge, a angústia de ter conseguido o que tanto busquei e pedi: “Ah Deus, dá-me liberdade”. Enfim consegui. Posso escolher o que quiser ser, mas há controversas; posso me arrepender. Por que minha mãe não me diz “Filha faça isso, ou, aquilo...”, seria tão mais fácil... Ah, espera ai, EU estou falando isso? Nunca optei pelo mais fácil, sempre pelo melhor, que, em muitas vezes, são opostos.
É um futuro escolhido em um click? Você já pensou? Não que nós, jovens, tenhamos a obrigação de acertar assim de primeira, mas não seria nada mal.
Estou tão confuso que termino meu texto por aqui, quem sabe daqui a alguns anos eu o termine escrevendo com imensa alegria por ter passado na UFSC e estar adorando o curso, mas por enquanto deixo em meias palavras, deixo em aberto.

Em qualquer lugar do mundo, qualquer que seja a posição, sonho em fazer a diferença, não sendo mais um clone da maioria dos humanos...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Novo grupo


Vivem parasitando, ou seja, querem somente seu benefício. Mutualismo? Quase inexistente. Quantas mais sugam, mais seus corpos ficam alimentados, precisam do sangue dos outros, parecem sanguessugas.
Correm e disputam um único lugar, matam outras espécies, ou até sua própria. Não se comovem com a destruição. São egoístas e deixam seus filhos em rios, ou no meio da mata.
Reproduzem-se por gemulação, apenas soltam suas gêmulas em ambientes propícios e de cada gêmula nasce um novo ser. Amor? Afeto? Extinto nesse novo grupo.
Parecem o bicho-preguiça, com uma vida bem devagar e hábitos de vida noturna, trocando o dia pela noite. Porém parecem também com uma minhoca, não possuindo sistema auditivo, pois não ouvem, nem visual, não enxergando. Fazem mimetismo freqüentemente, se camuflando de acordo com a situação. Alguns até parecem com cobra, pois destilam muito veneno.
Esse novo grupo está sendo muito estudado por cientistas, não se enquadra em nenhuma. Talvez tenhamos um novo grupo.
Depois de muitos estudos, o cientista chegou a uma conclusão: não é um novo grupo, são os humanos.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Procura-se

Procura-se um amigo fiel e leal, alguém que te ouça sem te cobrar depois, que vá te acariciar quando seu semblante tender a tristeza, alguém sem interesses vantajosos somente a ele, alguém que não se envergonhe de ti, que te faça sorrir e te acolha.
É uma missão difícil, quase impossível. Sempre pensei que tivesse muitos amigos, ah, quanta bobagem. E não, isso não é um texto de uma pessoa solitária e infeliz. Todos os dias falo com bastantes pessoas, sempre tenho alguém pra conversar, sempre tenho duplas ou grupos em trabalhos, muitas pessoas me procuram...Mas não sei, falta algo essencial nessas pessoas.
Talvez eu apenas idealize, viva na utopia e esqueça que os seres humanos não são perfeitos, concordo. Porém eu olho a minha volta e fico pasma com a quantidade de futilidades, assuntos vazios.
É estranho, parece que sinto falta que algo que nunca tive (ou já tive e não lembro). Estou sentindo muita falta de algo que me preencha.
Opa, redigindo descobri... Esse amigo que procuro esteve sempre ao meu lado e com todas as qualidades que desejo. Afastei-me de ti e fico aqui lamentando minhas mazelas, ah Jesus, perdoe minha ausência. Você é tudo o que eu preciso.
Ah, preciso pagar meu retiro, preciso te reencontrar, preciso de ti meu amigo...